Acompanhei quase todos os cliques de Selma e aprendi que fotografia não é só clicar. Atrás da máquina tem alguém obcecado pela perfeição, pela melhor tomada, pela luz e, principalmente, pelo objeto focado.... Leia mais
Acompanhei quase todos os cliques de Selma e aprendi que fotografia não é só clicar. Atrás da máquina tem alguém obcecado pela perfeição, pela melhor tomada, pela luz e, principalmente, pelo objeto focado. Mas não é só isto.
A obsessão pela fotografia, por colher um resultado que transmita emoção, vida, que registre um momento, faz Selma estender suas limitações físicas e, como acompanhante, tive
de suportar frio abaixo de zero durante três horas num parque em Londres, com fome e mau humor, ou calor de sensação térmica de 50 graus em Paraty.
Selma parece tomada, ensandecida, perde a razão, uma criança encantada com um brinquedo novo e nada, nem meu mau humor, é capaz de removê-la de seus objetos alvos. Ainda bem.
O que aprendi, acompanhando Selma, foi que fotografia é muito mais do que o gesto mecânico de clicar, muito mais do que técnica, fotografia é paixão, é alma que se expressa num clique.